sexta-feira, 9 de março de 2018

a discussão política está amordaçada na comunidade... e a reflexão sobre a sociedade nacional paralizada em toda parte – inclusive no petê... o que será???


A tese das "três estruturas" foi apresentada no livreto com o mesmo título [2012] com a finalidade de se tentar descrever e compreender a evolução da sociedade ocidental até o final do séc. XIX... A partir desse momento, casas financeiras assumem a hegemonia sobre todo o conjunto político e econômico, em todas as nações ocidentais... As políticas imperiais e econômicas das nações, a vida interna das nações, não podem ser compreendidas no séc. XX, caso esta nova "classe no poder" não seja detectada... Por nossos acadêmicos, por nossos esquerdistas, e jornalistas que não devem falar de "conspirações"... E esta nova casta internacional é algo bem diferente do que as classes burguesas em cada país...

Com novo sub-título de "Estudos sobre a Forma Imperial do Capitalismo Financeiro no séc. XX", este livreto está revisado e ampliado para segunda edição.

Veja sobre o livro ao final da página:
virtualpolitik.bravehost.com/index



Rua Nova Aurora = = > seguindo para Bocaina dos Blaudt = = > Desde 2013 as especulações conspiratórias formaram espessas nuvens obscurantistas em toda a região = = > o problema é que hoje em dia o pessoal "não lê nada" ... = = > A força dos ventos e dos raios do sol deve ser maior que o peso das nuvens = = >pois sim??

De início, as 3 principais Formas Antropológicas que constituíram a civilização Ocidental seriam: a Nação... o Estado... o Modo de Produção...
Porém a Religião também poderia aparecer como estrutura primária... (Uma civilização, ou cultura, poderia ser organizada pelo hedonismo, pela arte, por pajés, assim por diante...)


A Tese das 3 Estruturas

As análises de Karl Marx sobre o Modo de Produção podem ser vistas de modo razoável como o primeiro exemplo consistente de estruturalismo sociológico no Ocidente: nessas análises o modo de produção (a economia) é uma organização básica (estrutura), sobre a qual as formas ideológicas, jurídicas, institucionais vêm como “apoio”, isto é, como super-estruturas...
Essa proposição permite uma renovação generalizada nas ciências humanas, em que são superadas as leituras funcionalistas, utilitaristas, e de economicismo simples. Sendo uma versão de Economia-Política para a interpretação histórica e antropológica, o que se tem como Marxismo seria esta consideração permanente de que a economia/modo de produção/divisão social do trabalho, é aquilo que se compreende em primeira instância, para a determinação de todos os outros fatores sociais.
A leitura marxista, de início, é uma filosofia da história: as formas de consciência, subjetividade, ideologias, são determinadas pelas condições materiais de existência... Nestes termos, não é consciência, que se tem, dos objetivos e interesses econômicos, que determina a Economia; são as condições materiais de existência e de produção que determinam a consciência, que se tem, dos fatos sociais. E assim, estas determinações são bem mais complexas que aquelas indicadas na filosofia do sujeito e da razão “autônoma” da revolução burguesa (Esclarecimento, séc. 18).

O Marxismo, contudo, como Economia-Política, pode ser uma visão adequada apenas para os sécs. XIX e XX:
Quando assistimos a história da humanidade inteira, antes que esta ingressasse no período de modernização capitalista no séc. XIX, a leitura mais provável é a de que o poder militar (consequência, depois causa, das guerras) seria de fato a estrutura primária. E, nessa nova forma de compreensão, o Estado, as normas jurídicas, as lendas, os valores e dizeres corriqueiros... aparecem como Formas Sociais de apoio, de modo curiosamente equivalente à proposição marxista inicial.
Ao longo de toda a história, até este momento, a fundação e ordenação dos Estados foi consequência da vitória na guerra, do estabelecimento de cada nação como resultado de guerras regionais (ou tribais). Conforme a tese apresentada, os vencedores, uma vez dada uma união nacional, fundam seus estados governantes segundo uma arte inteiramente diferente daquela da guerra: os estados, inicialmente aristocráticos, devem agora servir aos interesses de produção, estabilidade, convívio, requisições e gratidão, etc. Sem dúvida a exploração entre as classes está presente, porém a governância passa a ser desejada como tal, por todos aqueles que agora vivem em estados nacionais constituídos.
Contudo, com o advento da sociedade capitalista, o Estado é capturado por uma nova classe, que não controla generais e soldados, mas controla a economia. A classe burguesa propõe seu projeto de República, de razão liberal, de democracia eleitoral. Se o projeto liberal fosse levado a todas suas consequências, a exploração das classes trabalhadoras seria levada ao máximo de negociações e humanismo. Como esse projeto nunca se realizou (devido a sua formulação idealista, apontado em Marx) naturalmente é a razão marxista que se torna previsível. Seja pelo conflito de interesses, ou mesmo guerra, entre as classes, a república liberal seria substituída por uma república planejadora da produção. Ou, da mesma forma, em função de negociações e democratização continuada na sociedade.
Uma outra hipótese previsível para a sociedade burguesa seria a restauração aristocrática, através da guerra... Nesse caso, os caudilhos bonapartistas, e os arroubos fascistas, representaram a nostalgia dessa possibilidade, na forma do pseudo-aristocrático.
Todavia, o que não foi previsto, a classe capitalista, com sua capacidade de centralização e organização da produção, teve todos seus valores, sua política econômica, suas Repúblicas, capturadas por uma nova classe, que aperfeiçoou os próprios métodos da burguesia, contra ela mesma...!



Maforte e Montanha da Boa Esperança ao fundo

A tese das três estruturas pode ser assim resumida:
1) O Poder Militar: Finitudes implicadas na guerra, na exclusão, na inclusão, e no comando; a origem das nações; relações entre clãs e tribos. Nação, nacionalismo; imperialidade, imperialismo. A primeira estrutura como o inconsciente político: fazer morrer e fazer nascer; genética guerreira e genética amorosa.
2) A Formação do Estado: o Estado de uma Nação como estrutura social ao longo do tempo.
3) A Finitude Econômica: A política como função das formas sociais de produção; significado da interpretação marxista até nossos dias.

A tese histórico-antropológica no livreto mencionado é apenas uma sequência de anotações acadêmicas, e não tese universitária, uma vez que sua função é a de um manual para ação politica, para partidos e jornalistas. A maior parte do texto é dedicada ao Cenário Empírico, onde se descreve a formação da classe financeira dentro do capitalismo do séc. XIX, assumindo uma característica de classe feudal-despótica, e que ascende a partir da forma burguesa em função de sofisticados meios financeiros, técnicos, de inteligência, militares, etc.

Veja aqui o trecho sobre a formação da casta dos Banqueiros:
governo-washington.blogspot.com/02-money_control

E aqui o adendo de Eustace Mullins para a nova edição, com o comentário sobre A. Hitler:
http://www.virtualpolitik.bravehost.com/o_chanceler




a montanha da Boa Esperança [Boa Vista, ao fundo na foto anterior] é uma montanha dupla, em que o pico maior, com 1.980 m. altura, parece estar colado ao outro monte cônico em frente [1.892]... entretanto, eles estão a 2 km de distância um do outro!! ... ilusão de ótica, pois não??
nesta foto, o pico maior está no círculo amarelo, e o pico menor é o cone que aponta p/o canto superior esq. da foto... entre os dois há uma planície, por onde passa uma estradinha que vem do alto do Macabu, e desce p/o Sana... ao fundo esq. se vê a descida do Macabu p/ Boa Esperança... o despenhadeiro p/o Sana que domina a foto tem mais de 1.200 m. de altura!


A Nação e o Estado

1) Quando uma Nação surge, se estabiliza, supera a violência das guerras inter-tribais, os representantes do poder nacional dão nascimento ao Estado da nação... De início estas duas estruturas antropológicas compõem uma mesma realidade. Entretanto, com o tempo o Estado da nação se desdobra em sua vida interna: por maior que sejam os conflitos internos, os conflitos de classes, etc, o Estado surge como necessidade de estabilidade. Sendo despóticos os governantes, ou benévolos, a necessidade de mediação e estabilidade é uma demanda social, coletiva. Há um limite para os governantes despóticos uma vez que sua violência pode resultar em sua destituição... Em caso de guerra civil, não apenas o Estado é reconstruído, mas a própria nação morre para nascer de novo.
Ou seja, a Nação como o resultado da vitória alcançada num concurso de guerras, e o Estado, não são apenas o resultado dos desejos, das ambições ou anseios dos povos: são estruturas sociais que levam os indivíduos, reis, generais, políticos, soldados, à ação, sem que eles tenham plena consciência do que fazem. A demanda surge no conjunto social, antes que os indivíduos decidam o que fazer a respeito.

2) Na formação da humanidade que nós conhecemos [limite empírico] sempre há uma sequência em que as nações surgem como resultado dos acordos, vitórias e derrotas na guerra. Em seguida, os chefes militares assumem casas reais e passam a ser estadistas. É a origem da noção de aristocracia (nobreza). Caso sejam capazes de formar um Estado mediador dos conflitos internos, obtendo reconhecimento ou admiração nas camadas sociais, o Estado passa a ser o reiterador, o garantidor da Nação. Se os primeiros reis forem arrogantes e desiguais, eles serão derrubados: novos governantes serão instaurados, no mesmo Estado; ou, o Estado é destruído, e com ele a própria unidade da Nação.

3) Contudo, para a análise das Nações e seus Estados que se originaram a partir das colônias européias, essa sucessão adquire aspecto diferente. Em cada caso, são os Estados formados nas colônias (vice-Reinados) que recebem o encargo de criar a nação a partir dos Estados.



Rio Macaé
próximo à
nascente











4) Sendo uma colônia, o Brasil-Nação não foi fundado no séc. 16... Apenas, como integração dos rincões distantes, a unidade nacional é um feito militar dos portugueses. Porém a unificação dos povos e culturas aqui necessitaria de uma ação cívica: e esta fundação do Estado Nacional nunca se concretizou de forma eficaz. O Brasil ainda é expectativa, anseio; é como se fôssemos ainda uma Portugal-2... Tentando “pagar sua grande dívida” para com os africanos deportados para a escravidão [tema da historiadora Moritz]; e da mesma forma, em relação aos descendentes indígenas.
É a verdadeira mesclagem dos tipos raciais, ou étnicos, ou dos costumes, que não se realizou até nossos dias. Na História européia, a mistura das tribos e das etnias se dá antes da formação das pequenas e grandes nações. Seja pela guerra ou convívio, o surgimento dos sentimentos de identidade nacional se dá quando o processo dos casamentos inter-genéticos já está bem avançado; ou seja, certos tipos que aparecem como “raças” são resultado híbrido mais ou menos padronizado e feliz de “raças” diferentes em contato por gerações.
Na colônia Portugal-2 a mescla mais feliz entre os três tipos de descendentes se deu somente em parte: algumas vezes à revelia do Estado; em alguns momentos, como resultado de providências estatais.

Por ex., como consequência da “Lei Áurea”, que ficou incompleta... A Princesa de então foi destronada antes que aprofundasse suas “reformas”... Também como consequência da “carteira de trabalho” getulista, que criava integração e mobilidade social, assim como o “abrir estradas” da era JK, quando as populações periféricas se aproximaram dos descendentes europeus no litoral.
Com o “bolsa-família” do PT faltou curiosamente uma Princesa em Brasília, para avançar o processo de integração, oferecendo às camadas populares, além da merenda, certas orientações cívicas e culturais, que devem preceder os atos e decisões políticas e eleitorais... e negociando com a classe-média, oferecendo mediação para que eles não se sintam “orfãos políticos” (Recaindo no fascismo, e aprofundando, ao invés de diminuir, o fosso entre as classes).

Entretanto, a cada nova fundação do estado nacional, Portugal-2 não se constitui devidamente como Brasil. A vinda de João VI em 1808, e a apressadíssima fundação de Pedro I, em quase nada contribuíram para a formação autêntica de um sentimento de nacionalidade (mais ainda, de fidelidade, etc; foram muitas as revoltas regionalistas).
[Pedro I poderia ser “Rei”, jamais “Imperador”, ficando a morar no Brasil, sem abdicar... é um milagre a continuação da Monarquia, quando uma República capitaneada por José Bonifácio seria mais natural].
O Reinado de Pedro II é somente o primeiro sinal de um Estado Nacional em projeto. Se as iniciativas providenciárias prometidas pela Princesa Izabel (junto a outras medidas de interiorização da cultura, etc) tivessem ocorrido, talvez a nação Portugal-2 tivesse alcançado a “transmutação” Brasil... Entretanto, o retumbante fracasso político do autoritário e deslumbrado Marechal Floriano; a República Velha (não constituída pelos Liberais brasileiros, que só foram convocados nos anos 20); a política ultra-classista dos latifundiários de Portugal-2 (e eles souberam bem modernizar sua capital em 1922, com bela imagem internacional...) deram ao estado nacional brasileiro essa aparência de monstrengo burocrático, incompetente, lerdo...

Ainda assim, é necessário ressaltar que são inúteis as anedotas usuais sobre os desacertos e truculência na colonização portuguesa... em nada diferentes de seus pares franceses, espanhóis, ingleses... P. ex., quando na antiga ilha de Hispaniola a população de escravos era de 10 africanos para cada francês, quando então os franceses foram derrubados e fundado o Haiti como nação... Quando se compara com o desencontrado destino da França bonapartista... E o saque homérico de Salvador, feito pelos holandeses de Maurício de Nassau... Quando se observa em todas as casas européias o irresponsável hábito do casamento combinado de princesas de 10 anos com príncipes de países distantes (dando nascimento a personalidades traumáticas)... quando vários governantes monárquicos “enlouqueceram”, ou perderam o controle, durante suas vigências, etc.
Depois da interrupção desastrada do processo de construção nacional ocasionado pela proclamação republicana em 1889 (quando o Marechal Deodoro era, ele mesmo, contrário a essa idéia), é a Revolução de 1930 o reinício da construção de um Estado que pudesse de fato integrar a sociedade nacional brasileira. Infelizmente para todos os países, em formação, ou antigos, o período da segunda guerra e guerra fria, e os extremismos no campo político internacionalizado, não permitiram a estabilização dos diversos estados nacionais, sob qualquer uma das bandeiras, seja liberal ou democrática, seja conservadora ou republicana, reformista, social-democrática, socialista, etc.
É nos anos 50 que novamente a República Brasileira encontra sua vocação natural, providenciária, sob uma noção sadia de “desenvolvimento” econômico, e com liderança internacional. Novamente, são as contradições persistentes da guerra-fria que interrompem tragicamente esse processo... Nesse caso, é exatamente a política internacional do capitalismo financeiro que se impõe sobre nações e estados, para agravar as contradições e guerras...

As questões de unidade e soberania na formação da nação brasileira não podem ser separadas deste histórico que indica a necessidade de um Estado de caráter providencialista, sem o qual nossa sociedade não concluirá o processo de integração, identidade, auto-confiança, capacidade produtiva, reconhecimento diplomático internacional, etc.
As expectativas de desenvolvimento, democracia, republicanismo, justiça social, assistencialismo não serão realizadas sem o assentamento de uma República capaz de planejamento econômico e controle da emissão monetária -- isto é, muito mais que meramente justiceira, assistencialista, ou promotora do “progresso econômico”, no sentido habitual, estreito, das “taxas de crescimento”... É a própria sociedade brasileira que não possui por si só os condicionantes para que estes valores sejam realizados.




igrejinha de
Macaé de
Cima



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